'Tio Patinhas' é julgado por morte por engano de mulher em Manaus; alvo seria a irmã da vítima
09/04/2025
(Foto: Reprodução) Alvo do crime seria a irmã da vítima, casada com um traficante rival ao grupo de "Tio Patinhas", segundo as investigações. Três outros réus morreram durante o processo e tiveram as punibilidades extintas. Homem conhecido como Tio Patinhas foi preso em apartamento de luxo no Grande Recife
Polícia Militar/Divulgação
Clemilson dos Santos Farias, conhecido como "Tio Patinhas", está sendo julgado nesta quarta-feira (9) pela morte por engano de Adriana Monteiro da Cruz, ocorrida em 8 de julho de 2017, em Manaus. Segundo as investigações, o alvo da ação criminosa seria a irmã da vítima. Clemilson é apontado como líder de uma organização criminosa no estado.
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Outros três homens denunciados na mesma Ação Penal — Mardson de Oliveira Serrão, Rodrigo Pereira da Silva e Alessandro Campos da Costa — morreram durante a tramitação do processo. Com isso, as punibilidades deles foram extintas.
De acordo com a denúncia do Ministério Público, o crime aconteceu por volta de 21h45, na rua Herculano de Souza, conjunto Amazonino Mendes, bairro Novo Aleixo.
A mulher foi baleada na frente da mãe na casa onde residia. Ela não resistiu os ferimentos de tiros que atingiram o peito e morreu em hospital da capital.
Na época, testemunhas relataram à polícia que dois homens chegaram a pé e atiraram contra Adriana, que estava sentada em uma cadeira na frente da residência. Logo após o crime, a dupla fugiu do local. A mãe da vítima presenciou o assassinato.
Adriana foi morta a tiros por engano. O verdadeiro alvo seria uma irmã dela, que era casada com um traficante rival ao grupo liderado por "Tio Patinhas", conforme as investigações da Polícia Civil.
Ainda segundo o MP, Mardson e Rodrigo foram os executores do crime, agindo sob o comando de Clemilson e Alessandro.
O julgamento
A sessão do Tribunal do Júri é presidida pelo juiz Diego Daniel Dal Bosco. O Ministério Público é representado pelos promotores Marcelo Bitarães e Leonardo Tupinambá.
Pela manhã, foram ouvidas três testemunhas indicadas pelo MP, todas investigadoras da Polícia Civil. Após um intervalo, os trabalhos foram retomados por volta das 14h, com o interrogatório do réu.
Em seguida, acusação e defesa terão 90 minutos cada para apresentar seus argumentos. Caso haja réplica e tréplica, cada parte terá mais uma hora. A sentença está prevista para ser divulgada ainda na noite desta quarta-feira.
'Tio Patinhas'
Em 2018, "Tio Patinhas" foi preso em um apartamento de luxo na região metropolitana de Recife, em Pernambuco. Na época, ele era considerado pela PC-AM como um dos mais procurados criminosos do Amazonas.
Em janeiro de 2022, "Tio Patinhas" foi solto após a juíza do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), Rosália Guimarães Sarmento, julgar a denúncia pelos crimes improcedente por fragilidade de provas. A sentença também pediu a restituição dos bens dele que foram apreendidos.
Dois dias depois da soltura, a Justiça voltou a a decretar a prisão preventiva de "Tio Patinhas". Em dezembro daquele ano, ele voltou a ser preso.
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